Especialistas reforçam a importância de pausas intencionais para reduzir estresse e recarregar a mente

Em um mundo cada vez mais acelerado, onde a produtividade é frequentemente colocada como prioridade máxima, reservar momentos do dia para simplesmente não fazer nada pode parecer um luxo ou até mesmo um desperdício de tempo.

No entanto, especialistas alertam que esses intervalos de ócio são essenciais para a saúde mental, funcionando como um antídoto contra o estresse e a sobrecarga do cotidiano.

A psicóloga e professora da Estácio, Miriam Carvalho, explica que o cérebro humano não foi projetado para funcionar em modo de alerta constante.

“Quando nos permitimos ter momentos de pausa, sem atividades ou estímulos excessivos, damos ao nosso sistema nervoso a chance de se recompor. Isso melhora a criatividade, a capacidade de concentração e até mesmo a regulação emocional", diz ela.

Estudos mostram que pausas intencionais — seja para olhar pela janela, respirar profundamente ou simplesmente fechar os olhos por alguns minutos — reduzem os níveis de cortisol, o hormônio do estresse, e previnem a exaustão mental.

Além disso, esses intervalos favorecem o processamento de informações, tornando mais eficiente a tomada de decisões no longo prazo.

A cultura da hiperconexão, no entanto, tem dificultado essa prática. Celulares, notificações e a pressão por respostas imediatas roubam os raros instantes de quietude.

"É preciso resistir à ideia de que tempo livre é tempo perdido", reforça *. "Sem esses momentos, o corpo e a mente entram em colapso, manifestando ansiedade, insônia e até doenças físicas", pontua a especialista.

Incorporar pequenos espaços de "não fazer nada" na rotina não é preguiça, mas um ato de cuidado consigo mesmo. Pode ser um café em silêncio, uma caminhada sem destino ou minutos de contemplação. O importante é desacelerar — porque, paradoxalmente, é nesses intervalos aparentemente vazios que a mente encontra espaço para se regenerar e, assim, seguir com mais equilíbrio.